Curso

SOBRE  O CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Trechos retirados do Projeto Acadêmico Curricular do Curso de Engenharia Civil da UESC

Objetivos

O curso de Engenharia Civil da UESC tem como principal objetivo oferecer sólida formação técnico-científica e profissional geral em Engenharia Civil, de modo a que seja possível ao egresso atuar em diferentes áreas profissionais, em especial na área de projetos, consultoria e execução de estruturas civis e estruturas de um modo geral. Além de permitir o desenvolvimento de atividades de planejamento, controle e gerenciamento de empreendimentos da indústria da construção.

O curso está organizado com ênfases em Materiais, Água, Meio Ambiente, Energia, Estruturas e Gestão da Construção, adotando metodologia focada na resolução de problemas, vivência de situações práticas durante o aprendizado, em temas interdisciplinares a partir da elaboração de projetos integrados com ferramentas computacionais, e experimentais, que permitam uma visão mais abrangente dos projetos e suas interferências, intensificando a formação humanística do futuro engenheiro, com vistas na responsabilidade sócio-ambiental, e voltada para o crescimento e fortalecimento do país, sobretudo, da região Sul da Bahia.

     Foto da Ponte Lomanto Jr em construção, década de 1960, Ilhéus - BA

Áreas de Atuação do Engenheiro Civil

Com sólida formação básica em Ciências Exatas e nas disciplinas que se constituem como ferramenta para a aplicação destes conhecimentos, o Curso de Engenharia Civil habilita o profissional formado para a realização de projetos, desde a sua concepção, passando pelo planejamento e execução, com gerenciamento e acompanhamento dos processos de produção na indústria da construção civil, durante e após o fim das obras, com a manutenção e operação das construções. Além de permitir o desenvolvimento e aperfeiçoamento das técnicas construtivas, com base em processos sustentáveis. Entre as áreas de atuação está a Construção Civil, com a gestão da construção, econômica e financeira, planejamento urbano e regional, técnicas de edificação, consultorias, avaliação e diagnóstico de patologia e recuperação das construções, instalações, equipamentos e componentes. A área de Estruturas, permitindo a caracterização e desenvolvimento dos materiais de construção, análise estrutural e detalhamento em concreto armado, aço, e madeira, e de outros materiais, em sistemas de edificações, torres, pontes e coberturas, e estruturas especiais pré-moldados e/ou protendidas. A área de Geotecnia, na mecânica dos solos e das rochas, sondagem, fundações, obras de terra e contenções, túneis, poços e taludes. Em Transportes, ainfra-estrutura viária, rodovias, ferrovias, metrovias, aerovias, hidrovias, terminais modais e multimodais, operação, tráfego e serviços de transporte. Em Hidrotecnia, hidráulica e hidrologia aplicadas, regularização de vazões e controle de enchentes, obras hidráulicas fluviais e marítimas, captação e adução de água para abastecimento doméstico e industrial, barragens e diques, sistemas de drenagem e irrigação, sistemas de saneamento e esgotamento sanitário, vias navegáveis, portos, rios e canais.

Histórico do Curso

O processo de criação do curso de Engenharia Civil na UESC, a partir do seu Projeto Acadêmico Curricular - PAC, teve início formalmente em 6 de outubro de 2009, quando o DCET nomeou uma Comissão para Estudo e Proposição de Novas Engenharias na UESC, que deveria apresentar em 60 dias um primeiro relatório. A Comissão foi integrada pelos professores: Zolacir Trindade de Oliveira Junior (Presidente), Álvaro Furtado Leite, Evandro Sena Freire, Danilo M. Barquete, Flávio Pietrobon Costa, Franco Dani Rico Amado, Francisco Bruno Souza Oliveira, Gesil Sampaio Amarante Segundo, João Pedro de Castro Nunes Pereira, Maria Lícia Silvia Queiroz, Ricardo de Carvalho Alvim (coordenador e pricipal autor do PAC da Civil) e Wisley Falco Sales.

Com a revisão do PDI para o período de 2009 a 2013, foi planejado o lançamento de pelo menos mais uma engenharia na UESC. Neste caso, a Engenharia da Computação ou Engenharia Civil.

Tal propósito foi reforçado quando no início de 2009 a UESC recebeu consulta da Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia para apresentar um orçamento que avaliasse o custo de implantação de 3 novas engenharias na instituição, havendo sido sugeridas nesta consulta: Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Engenharia Metalúrgica.

Entre as tarefas da Comissão estava a avaliação de quais engenharias deveriam ser propostas, levando em conta o PDI e a proposta do Estado, mas também outros critérios. A primeira reunião ocorreu em 29 de setembro de 2009, onde ficaram estabelecidos alguns critérios de escolha e metodologia de trabalho. Dentre os critérios prioritários destacaram-se: a) Compatibilidade com os projetos de desenvolvimento regional em implantação e necessidades já verificadas do mercado local, estadual e nacional; b) viabilidade, frente ao levantamento de elementos de infra-estrutura instalada, recursos humanos e competências consolidadas na UESC; c) Custo financeiro.

Na reunião de 19 de novembro, após análise dos critérios pré-estabelecidos, foi deliberado que as engenharias consideradas do núcleo “duro”, em geral precursoras e básicas na criação de Engenharia por outros centros universitários de excelência no país, deveriam ser priorizadas na proposta da UESC, quais sejam: Engenharia Elétrica, Engenharia Civil, Engenharia Química e Engenharia Mecânica. E que na proposta deveria também ser cogitado o lançamento da Engenharia de Materiais e da Engenharia de Computação, ambas decorrentes dos elementos de sinergia com outros cursos de graduação e da Pós-Graduação em Ciências, Inovação e Materiais da UESC, aprovado em 2009.

Na reunião seguinte, do dia 26 de novembro, foi definido o núcleo comum de disciplinas para serem apresentadas nos cursos até o quarto período. E o estabelecimento de Sub-Comissões para avaliar as necessidades específicas de cada curso na parte profissionalizante.

A partir disso, cada Comissão ficaria responsável pela elaboração do Projeto Pedagógico de cada curso. No caso do Curso de Engenharia Civil ficaram responsáveis os professores Ricardo de Carvalho Alvim, Flávio Pietrobon Costa, Maria Lícia Silvia de Queiroz.

No dia 24 de março de 2010, os Projetos Acadêmicos Curriculares dos cursos de engenharia foram aprovados na reunião plenária do DCET.

Finalmente, o Presidente do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONSEPE, no uso de suas atribuições, com fundamento na Resolução CNE/CES 11, de 11 de março de 2002, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia, e considerando o deliberado na 84ª Reunião Ordinária do CONSEPE, realizada no dia 17 de junho de 2010,  resolveu aprovar  o Projeto Acadêmico Curricular do Curso de Engenharia Civil e autorizar o seu funcionamento na Universidade Estadual de Santa Cruz, conforme Resolução CONSEPE Nº 56/2010 (em Resoluções de Agosto de 2010).

A Área de Influência do Curso

A área de influência da UESC abrange regiões geoeconômicas do Estado denominadas de Litoral Sul e Extremo Sul da Bahia, sendo o Litoral Sul composto pelas meso-regiões Baixo Sul (Costa do Dendê) e Ilhéus – Itabuna (Costa do Cacau). O Litoral Sul é composto por 41 municípios, estando o eixo Ilhéus – Itabuna composto por 26 municípios Esta região conta com aproximadamente 2 milhões de habitantes.

Dentro da área de abrangência da UESC, a influência imediata na micro-região de Ilhéus-Itabuna, municípios de maior influência para os cursos de engenharia, que envolve 19 municípios e uma população de aproximadamente 802 mil habitantes. Desse total, estima-se que aproximadamente 200 mil tem idade entre 15 e 23 anos.
O processo de urbanização dessa micro-região de Ilhéus-Itabuna é marcado, por um lado, pela concentração de parcela expressiva da população urbana nos municípios de Itabuna e Ilhéus (53%) e, por outro, pela dispersão em dezenas de centros urbanos de pequeno porte, que estão no entorno dessas duas cidades.

Geograficamente, a região está compreendida pela faixa de terra entre a foz do rio Jequiriçá e a foz do rio Jequitinhonha; área que se desenvolveu a partir da monocultura do cacau, produto também responsável pela conservação (preservação) da Mata Atlântica, abrigando, em seu entorno, fauna e flora próprias do trópico úmido.

Em 1989, a lavoura do cacau, principal produto da região, foi infestada pela doença fúngica denominada vassoura-de-bruxa, mas no momento atravessa um período de franca recuperação da sua produtividade, principalmente, pela aplicação dos resultados de pesquisas no controle integrado dessa praga, realizadas pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC, órgão do Ministério da Agricultura. A atuação da CEPLAC concentrando-se no desenvolvimento de clones resistentes à vassoura de bruxa.

Justificativas

Além das discussões acerca do futuro ambiente profissional na Engenharia Civil, este projeto vai ao encontro da formação de engenheiros em número suficiente para atender as crescentes demandas e necessidades verificadas junto aos projetos de desenvolvimento propostos para a região e para o país nos próximos anos.

A economia regional, outrora baseada exclusivamente na lavoura cacaueira, está, nos dias de hoje, ameaçada seriamente pela crise de produção e mercado desta monocultura, pela tendência de novas destinações econômicas das terras da Região da Costa do Cacau e pelas alterações climáticas globais, constituindo-se num grande desafio a ser superado.

Os municípios da Região Cacaueira, em especial Ilhéus e Itabuna, crescem impulsionados por diferentes vetores econômicos, que incluem o turismo, o comércio, a indústria e até mesmo pelo fortalecimento dos centros de ensino superior. O que leva paralelamente ao crescimento da indústria da construção civil.

Respeitando-se o forte apelo pelo desenvolvimento sustentável, em uma região com vocação ao agronegócio e ao turismo incontestáveis, as temáticas que ora se apresentam com maior relevo são motivadas pelas questões ambientais, energia e infra-estrutura, pensadas com vistas no crescimento organizado da região.

Além de novos projetos de engenharia, em fase de implantação, como é o caso do Gasoduto GASENE, somam-se outros ligados ao PAC – Plano de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, como o projeto intermodal Porto Sul, cuja obra se inicia em 2010. Ademais, neste momento, novas rodovias estão sendo construídas e reformadas, com destaque para a rodovia BA 001, onde deve ser citada a obra da Ponte sobre o Rio de Contas, que integra as praias da Costa do Cacau, aumentando-se o comércio e o turismo na região.

Sem dúvida, a implantação do Pólo Intermodal, denominado Porto Sul, é um marco regional e justificaria por si a oferta de novos cursos de engenharia na região. O complexo integrado de porto marítimo, aeroporto internacional alfandegado, ferrovia trans-continental, e Zona dde Processamento de Exportação, além de parque industrial e manufatureiro, além dos indícios e lavras com confirmação de jazidas de hidrocarbonetos, na zona costeira e oceânica, juntamente com a perspectiva de produção de petróleo na zona do pré-sal, cuja fronteira norte alcança os municípios do Litoral Sul, introduzem novos problemas na área de influência da UESC; problemas que demandarão profissionais de alto-nível em diversas áreas das engenharia, a par da solução de problemas tecnológicos, de produção econômica, ambientais e relativos à ocupação do espaço. As engenharias inserem-se assim no contexto das ciências que integram conhecimentos para propor soluções a estas transformações, no sentido do desenvolvimento social e crescimento econômico sustentável.

Ao lado das projeções de demanda regional e estadual, originadas das implantações do Complexo Intermodal Porto-Sul – Aeroporto – Ferrovia Leste-Oeste – ZPE – Parque Industrial, bem como da indústria de petróleo e diante também de outros projetos estratégicos de desenvolvimento, como o programa Minha Casa Minha Vida, há uma expansão em vista da área de influência da Instituição, com demandas certa por novos cursos, especialmente a Engenharia Civil.

Além disso, a economia regional envolve, pelo menos, seis setores que se beneficiariam desse macro-projeto: a lavoura cacaueira e a agroindústria de frutas, o Pólo de Informática de Ilhéus, a indústria de calçados de Itabuna, o setor de comércio e serviços, com destaque para o turismo, e também a indústria da construção civil.

Destes vetores de desenvolvimento, ganha força a indústria da construção civil. O déficit habitacional atualmente registrado na região é da ordem de 50 mil moradias. E os programas governamentais, como o Minha Casa Minha Vida não serão suficientes para resolver tal demanda, em especial, com o aumento populacional projetado com a promessa de crescimento à vista.

Na construção civil, apenas o mercado do município de Itabuna já movimenta cerca de R$ 100 milhões por ano. Neste contexto, novas empresas de engenharia surgiram e outras se consolidaram a partir desse movimento. Dados obtidos junto a Prefeitura Municipal de Itabuna mostram um aquecimento do mercado nos últimos anos, referenciados pelo maior número de alvarás expedidos. De 2005 até 2009, foram expedidos cerca de 1400 alvarás, com crescimento de 50% nos últimos 2 anos. Também teve importância para isso a criação e reformulação do comércio na cidade, com surgimento de grandes centros de compras, empresas e lojas de materiais de construção. O mercado da construção civil também se fortalece nas cidades vizinhas e também em Ilhéus verifica-se crescente especulação imobiliária. Apenas no último ano, 10 novos empreendimentos imobiliários de grande porte foram lançados, com a construção de prédios de apartamentos e condomínios residenciais.

Por outro lado, o crescimento do número de habitações tem trazido sérias conseqüências à região, com demandas por infra-estrutura elétrica, hidráulica e urbana, com ônus para o município, e uma crise, sem precedentes, de abastecimento de água, por exemplo, já em curso. Verifica-se igualmente, uma enorme carência nos setores básicos de transporte, estradas, portos e aeroportos. Contudo, novos projetos nessas áreas trazem perspectivas favoráveis de consolidação do crescimento desse setor.

Todos esses desafios são temas usuais na formação de um Engenheiro Civil, justificando com grande força a implantação desse curso na UESC. O surgimento de novas engenharias na UESC configura-se numa opção que responde não apenas a tais demandas, como uma oferta pública de qualidade para o ensino superior nas áreas de engenharia, com poucas opções no Estado da Bahia. 

Na UESC, novas engenharias permitirão não apenas aumentar a oferta de mão-de-obra qualificada, mas desenvolver pesquisa em temas estratégicos para o desenvolvimento do Estado. Nesse sentido, verificam-se elementos de sinergia com a Engenharia de Produção, primeiro curso de engenharia implantado na UESC, em 2004. E também com as demais engenharias que fazem parte dessa proposta. Essa sinergia se faz presente nas pesquisas em curso na Instituição, justificadas pela implantação dos laboratórios didáticos e de pesquisa, que ajudariam a aumentar, de partida, as projeções e captações de recursos para viabilizar a infra-estrutura necessária e o fortalecimento do quadro docente institucional vinculados aos novos cursos.

Esses fatores de crescimento estratégico regionais, todavia, não foram os únicos a serem considerados para o planejamento pedagógico deste Curso.  Este projeto pretende ser uma proposta diferenciada de formação, dentro das referências estaduais e nacionais nos cursos superiores em Engenharia Civil, com elementos inovadores que atraiam candidatos e facilitem a consolidação deste e das demais engenharias na UESC.

Nesse sentido, duas condições merecem destaque: a baixa oferta de cursos superiores no Brasil (e estado da Bahia) e o crescimento da indústria da construção restringido pela pouca oferta de profissionais no mercado.

No Estado da Bahia, de acordo com dados colhidos junto ao IBGE, Pesquisa Anual da Indústria da Construção - PAIC 2007, a Indústria da Construção Civil apresenta uma receita líquida da ordem de R$ 5 bi/ano, com custo de mão-de-obra de aproximadamente 37%. Valores muitos superiores a outros estados do Nordeste, como Pernambuco, por exemplo, onde tais despesas montam apenas 19%. Isso mostra a carência de mão-de-obra no Estado e a necessidade de criação de novos cursos de graduação, bem como cursos técnicos. Isso fica mais óbvio quando se verifica que na Bahia apenas 3% dos trabalhadores tem mais de 15 anos de escolaridade, com a maioria atuando nos setores de comércio e serviços, sendo apenas 2,8% atuando na construção civil. A baixa oferta de mão-de-obra tem levado as empresas a importar trabalhadores de outros estados para suprir as necessidades do setor.

Para compensar tal defasagem são poucas as opções de formação superior na área de Engenharia Civil no Estado da Bahia. Das universidade estaduais baianas apenas a UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana oferece o curso de Engenharia Civil (40 vagas). Na UNEB – Universidade do Estado da Bahia o curso de Engenharia de Produção Civil (50 vagas) é a outra opção de curso superior público pelo Estado na área. Em oferta federal, a UFBA – Universidade Federal da Bahia é a única opção na área.

No âmbito nacional, o mercado da construção cresce da ordem de 5% ao ano, tendo as empresas movimentado cerca de R$ 130 bi/ano (PAIC, 2009). A falta de engenheiros é um grave entrave ao desenvolvimento.

A Federação Nacional de Engenheiros (FNE) aponta tais demandas. No Brasil, apenas 13% dos 589 cursos autorizados pelo Ministério da Educação entre julho de 2008 e agosto de 2009 são da área de Engenharia. Nos cursos de Engenharia do País, 120 mil vagas são oferecidas anualmente. Isso implica que apenas 4% de todos os formados são engenheiros. O que é muito pouco quando comparado com outros países em desenvolvimento. Na Coreia do Sul, 26% de todos os formandos são engenheiros. No Japão, 19,7%. Mesmo o México, país em desenvolvimento com indicadores semelhantes aos brasileiros, hoje tem 14,3% de seus formandos nessa área. Na China, eles alcançam 40%.

Portanto, a implantação do curso de Engenharia Civil na UESC é não apenas uma demanda regional, mas de todo o estado e também do país. Sua viabilização, e demais engenharias, ajudaria a expandir as fronteiras de influência da Instituição e levaria ao desenvolvimento de setores que afetam diretamente a qualidade de vida da população em seu entorno.

Concepção do Curso

O Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Civil da UESC é resultado de uma extensa articulação e acúmulo de experiências profissionais dos professores da própria instituição na busca de uma proposta nova para a formação do Engenheiro Civil.

Pretende uma formação voltada para o desenvolvimento da capacidade criativa e do espírito crítico, mas, sobretudo, com uma visão mais completa das novas ferramentas que se acercam do exercício na Engenharia Civil no mundo.

Foram consultados documentos do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e do Ministério da Educação (MEC) reunidos para dar suporte aos preceitos metodológicos, arcabouço legal e habilitações do profissional pretendido.

Mas busca, mais do que isso, uma proposta inovadora, que preencha lacunas verificadas nas escolas de Engenharia Civil, em especial na área de projeto de estruturas.

Essa diferenciação na proposta, criaria a figura de um Engenheiro de Estruturas na essência, o que antes se via apenas na formação complementar na graduação e ao nível da Pós-Graduação, de tal forma que permitisse atrair para longe dos grandes centros urbanos, a expectativa de uma formação diferenciada e com elementos novos na proposta metodológica.

Incluindo maior capacidade de análise dos sistemas materiais na Engenharia Civil, nas suas diferentes interfaces, com notório diferencial nas áreas de computação, mas, todavia, resgatando a essência dos elementos de formação do estruturalista, com os conhecimentos da Mecânica das Estruturas e da Mecânica dos Materiais contemplados na matriz curricular de forma generosa.

Isso sem esquecer dos novos métodos de modelagem computacional que se apresentam, onde fica obvia a tendência em se criar modelos tridimensionais analíticos, numéricos, completos e funcionais, que simulam em tempo real o comportamento das estruturas para ações e limites operacionais cada vez mais ousados.

Com isso, busca-se que o novo e o consagrado se misturem aos conhecimento fundamentais, de forma harmoniosa na formação desse Engenheiro. E que disso surja um profissional capaz de atuar nas fases essenciais de um projeto de engenharia, conseguindo conceber, planejar, dimensionar, construir e operar os sistemas estruturais e materiais da Engenharia Civil.

Pressupostos Teórico-Metodológicos do Curso

O curso de Engenharia Civil da UESC apresenta-se de forma multidisciplinar, engloba conteúdos das áreas de Ciências Exatas, Humanas e Tecnológicas.

Na parte básica, as aulas de Física, Química, Cálculo, Geometria, entre outras, alternam-se com as de formação mais ampla e de conteúdo mais abrangente, com interface clara com outras áreas do conhecimento humano, o que propicia uma visão mais generalista.

A carga horária destinada a apresentação dos conteúdos básicos do curso é alta, representando mais que 50% do total geral. Considera-se, dessa forma, que tal abordagem metodológica permita a construção de uma base de conhecimentos robusta e capaz de promover o melhor entendimento das questões de engenharia aplicada na sua fase profissinalizante.

À medida que o curso evolui, os conteúdos se intensificam e se estendem aos estudos sobre técnicas profissionais específicas, como o entendimento, por exemplo, do comportamento dos materiais estruturais e sistemas materiais, concepção e análise de estruturas, projetos e instalações elétricas e hidráulicas, meio ambiente e energia, sistemas de transporte, além de elementos de planejamento e gestão da construção.

No projeto deste Curso, são estabelecidas as condições para que o futuro Engenheiro Civil possa compreender as questões científicas, técnicas, sociais, ambientais e econômicas, observados os níveis graduais do processo de tomada de decisão, apresentando flexibilidade intelectual e adaptabilidade contextualizada no trato de diferentes situações no campo de atuação profissional.

A principal estratégia metodológica para isso se dá na forma de disciplinas de Projeto Integrado, que tratam de temas essenciais para a composição do profissional pretendido.

Outro componente metodológico, refere-se à participação do aluno nas atividades complementares, caracterizadas como participação em cursos, palestras, congressos, seminários, mesas de discussão entre outras, incluídas no currículo, reconhecendo práticas científicas e de extensão como fundamentais à sua formação.

Nas atividades extra-classes, objetiva-se permitir ao aluno a complementação e atualização do conteúdo ministrado nas disciplinas do curso. Tais iniciativas ficam a cargo do Colegiado do Curso.

O estágio supervisionado tem por objetivo permitir ao aluno, através da vivência em empresas ou da participação em pesquisas acadêmicas e científicas, consolidar e aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

Por fim, o aluno tem a oportunidade de consolidar os conhecimentos vividos dentro e fora da sala de aula no Trabalho de Conclusão de Curso.

Objeticos Específicos do Curso

   Desenvolver novas práticas no ensino de Engenharia Civil;

   Promover o espírito crítico entre discentes e docentes, potencializando a criatividade e a curiosidade do aluno;

   Capacitar o aluno nas diferentes áreas da Engenharia Civil, de acordo com as aptidões, o interesse e o ritmo próprios de cada indivíduo;

   Formar profissionais capazes de resolver problemas, definindo objetivos e metas, bem como adotando metodologias adequadas;

   Intensificar a formação humanística do futuro engenheiro, com vistas na responsabilidade sócio-ambiental;

   Apresentar oportunidades aos alunos que revelem vocações para a carreira docente e para a pesquisa;

   Oferecer ao egresso a possibilidade de desenvolver uma formação continuada.

Caracterização do Curso

O curso de Engenharia Civil da UESC é dividido dois núcleos: Núcleo Básico e Núcleo Profissionalizante e Específico. Deste último faz parte o grupo das disciplinas Específicas Optativas; com a seguinte distribuição de tópicos:

§ 48% da carga horária sobre um núcleo de conteúdos básicos;
§ 52% da carga horária sobre um núcleo de conteúdos profissionalizantes e específicos, incluindo Estágio.

Núcleo de Conteúdos Básicos

O núcleo de conteúdos básicos do Curso de Engenharia Civil da UESC, Quadro 1, está caracterizado em um conjunto de disciplinas teóricas e práticas, de maneira a dar ao futuro Engenheiro Civil, além de uma formação básica em ciências da engenharia, uma formação geral em ciências humanas e sociais aplicadas.
Quadro 1 – Núcleo de conteúdos básicos
Matérias
Disciplinas
Área do Conhecimento/Curso
Departamento
1. – Administração
1.1. – Administração Geral
Administração
Dep. de Administração e Ciências Contábeis
2. – Computação
2.1. – Programação I
2.2. – Programação II
Computação
DCET*
3. – Comunicação e Expressão
3.1. – Introdução à Engenharia Civil
3.2. – Trabalho de Conclusão de Curso I
Eng. Civil
DCET
4. – Economia
4.1. – Economia Aplicada à Engenharia
Economia
Departamento de Ciências Econômicas
5. – Eletricidade Aplicada
5.1. – Eletrotécnica Geral
Eng. Elétrica
DCET
6. – Engenharia Geral
6.1. – Introdução à Engenharia Civil
Eng. Civil
DCET
7 – Estatística
7.1. – Probabilidade e Estatística
Estatística
DCET
8. – Expressão Gráfica
8.1. – Arquitetura e Urbanismo
8.2. – Desenho Técnico I
8.3. – Desenho Técnico Aplicado à Eng. Civil
Eng. Civil
DCET
9. – Física
9.1. – Equações Diferenciais Aplicadas I
9.2 – Equações Diferenciais Aplicadas II
9.3. – Física I
9.4. – Física II
9.5. – Física III
9.6. – Física IV
9.7. – Física Experimental I
9.8. – Física Experimental II
Física
DCET
10. – Fenômenos de Transporte
10.1. – Mecânica dos Fluídos
Eng. Química
DCET
11. – Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania
11.1. – Antropologia dos Grupos Afrobrasileiros
11.2. - Filosofia da Ciência e da Tecnologia
11.3. – Responsabilidade Social e Ética
11.4. – Sociologia do Desenvolvimento
11.5. – Psicologia das Organizações
Filosofia
Dep. de Filosofia e Ciências Humanas
12. – Matemática
12.1. – Álgebra Linear I
12.2. – Cálculo Diferencial e Integral I
12.3. – Cálculo Diferencial e Integral II
12.4. – Cálculo Diferencial e Integral III
12.5. – Cálculo Numérico
12.6. – Geometria Analítica
Matemática
DCET
13. – Mecânica dos Sólidos
13.1. – Ciência dos Materiais
13.2. – Mecânica Vetorial Estática
13.3. – Resistência dos Materiais I
13.4. – Resistência dos Materiais II
Eng. Civil
DCET
14. – Metodologia da Pesquisa
14.1. – Introdução à Engenharia Civil
14.2. – Trabalho de Conclusão de Curso I
Eng. Civil
DCET
15. – Química Geral
15.1. – Química Geral I
15.2. – Química Geral II
Química
DCET

* Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas

Núcleo de Conteúdos Profissionalizantes e Específicos

O núcleo de conteúdos profissionalizantes do Curso de Engenharia Civil da UESC está estruturado, em primeiro lugar, em uma formação profissional geral em Gestão Tecnológica de Projetos. E, em segundo lugar, em uma formação profissional específica, com interfaces para outras áreas da Engenharia Civil, de maneira a tornar o futuro engenheiro apto a planejar, conceber, projetar, construir e gerenciar construções de pequeno, médio e grande porte.

Neste sentido, o elenco de matérias e disciplinas profissionalizante e específicas obrigatórias, a seguir relacionadas no Quadro 2, procura atender às exigências fixadas nas diretrizes curriculares dos Cursos de Engenharia, do Conselho Nacional de Educação.

Quadro 2 – Núcleo de conteúdos profissionalizantes e específicos obrigatórios

Matérias
Disciplinas
Área do Conhecimento
Departamento
1. – Cálculo Estrutural
1.1. – Estruturas de Aço
1.2. – Estruturas de Concreto Armado I
1.3. – Estruturas de Concreto Armado II
1.4. – Estruturas de Concreto Armado III
1.5. – Estruturas de Madeira
1.6. – Estruturas Protendidas
1.7. – Projeto de Pontes
Eng. Civil
DCET
2. – Fundações e Obras de Terra
2.1. – Projeto de Fundações e Obras de Terra
Eng. Civil
DCET
3. – Geomecânica
3.1. – Mecânica dos Solos I
3.2. – Mecânica dos Solos II
Eng. Civil
DCET
4. – Georeferenciamento
4.1. – Topografia
Dep. de Ciências Agrárias e Ambientais
DCET
5. – Hidrotecnia
5.1. – Hidráulica
5.2. – Saneamento e Tratamento de Esgotos
5.3. – Sistemas de Água e Drenagem
Eng. Civil
DCET
6. – Instalações Prediais
6.1. – Instalações Prediais: Elétricas
6.2. – Instalações Prediais: Hidro-sanitárias, Gás e Incêndio
Eng. Civil
DCET
7. – Materiais de Construção Civil
7.1. – Materiais de Construção  I
7.2. – Materiais de Construção II
Eng. Civil
DCET
8. – Sistemas de Transporte
8.1. – Ferrovias, Estradas e Pavimentação
8.2. – Sistemas de Transporte
Eng. Civil
DCET
9. – Tecnologias e Gestão da Construção Civil
9.1. – Análise Financeira e Orçamento das Construções
9.2. – Planejamento e Gerenciamento de Obras
9.3. – Tecnologia das Construções I
9.4. – Tecnologia das Construções II
Eng. Civil
DCET
10. – Teoria e Modelagem Computacional das Estruturas
10.1. – Análise Estrutural I
10.2. – Análise Estrutural II
10.3. – Análise Estrutural III
10.4. – Introdução ao Método dos Elementos Finitos
Eng. Civil
DCET



Núcleo de Optativas

Além das disciplinas profissionalizante e específicas obrigatórias, serão ofertadas as disciplinas de caráter optativo, com 45 h, relacionadas no Quadro 3.

Quadro 3 – Núcleo de conteúdos profissionalizantes e específicos optativos


Matérias
Disciplinas
Área do Conhecimento
Departamento
1. – Ciências do Ambiente
1.1. – Energias Alternativas
1.2. – Fontes Fósseis e Renováveis de Energia
1.3. – Gestão Ambiental
1.4. – Poluição e Gestão de Resíduos na Construção
Eng. Química
DCET
1.5. – Tecnologias de Construção Sustentável e Certificação Verde
Eng. Civil
DCET
2. – Estruturas: Tópicos Avançados
2.1. – Dinâmica das Estruturas
2.2. – Detalhamento de Estruturas de Concreto Armado
2.3. – Estabilidade das Estruturas
2.4. – Estruturas Pré-fabricadas de Concreto Armado
2.5. – Introdução à Plasticidade e Mecânica da Fratura
2.6. – Projeto de Edifícios e Estruturas Especiais
2.7. – Projeto de Portos e Hidrovias
Eng. Civil
DCET
3. – Projeto de Edificações
3.1. – Projeto de Coberturas
3.2. – Projeto de Edifícios de Concreto Armado
3.3. – Projeto de Estruturas de Concreto Armado pelo Modelos de Bielas e Tirantes
3.4. – Estruturas Esbeltas
Eng. Civil
DCET
4. – Integração de Conhecimentos
4.1. – Inovação e Propriedade Intelectual
4.2. –Conhecimento e Valoração da Inovação
4.3. – Empreendedorismo e Novas Tecnologias
Eng. de Produção
DCET
5. – Planejamento e Gestão da Produção
5.1. – Gestão da Qualidade
5.2. – Gestão do Conhecimento
5.3. – Gestão de Projetos
5.4 – Higiene e Segurança do Trabalho
Eng. de Produção
DCET
5.5. – Gestão de Obras de Grande Porte
Eng. Civil
DCET
6. – Métodos Computacionais
6.1. – Métodos Matriciais para Análise Estrutural
6.2. – Modelagem Computacional Aplicada à Engenharia
6.3. – Computação de Altodesempenho
6.4 –  Projeto de Engenharia Aux. por Computador
Eng. Civil
DCET
7. – Libras
7.1. – Libras
Letras
Departamento de Letras e Artes



Além disso, a disciplina Libras também constituirá o corpo das optativas, atendendo a Resolução CONSEPE 32/2009, que resolve: “Incluir nos Curso de Graduação, Bacharelado, mantidos pela Universidade Estadual de Santa Cruz, a disciplina optativa Linguagem Brasileira de Sinais – Libras, com 60 (sessenta) horas aula e 3 (três) créditos, sendo 2 (dois) teóricos e 1 (um) prático.” Essa resolução está de acordo com a Lei 10436/02.

Disciplinas de Projeto Integrado

Na construção da matriz curricular foi estabelecida uma proposta de integração dos conteúdos a partir do sexto semestre, com 30 horas teóricas. Isso se dá na forma de disciplinas denominadas: Projeto Integrado, apresentadas em quatro temas:

Projeto Integrado I: Materiais
Projeto Integrado II: Água, Meio Ambiente e Energia
Projeto Integrado III: Estruturas
Projeto Integrado IV: Gestão e Construção

As disciplinas de Projeto Integrado permitem a prática da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, a partir da discussão dos elementos temáticos agrupados a partir dos respectivos semestres letivos.

Os temas são tratados em conjunto com as disciplinas apresentadas nesses semestres, escolhidas de modo que seja possível integrar os conteúdos e permitir consolidar o aprendizado, na forma de trabalhos dirigidos e outras estratégias, dos assuntos vistos. Assim, embora não haja pré-requisito estabelecidos para essas disciplinas, estas só podem ser feitas nos semestres estabelecidos na matriz curricular deste projeto.

Os temas foram escolhidos por serem questões relevantes no cenário do ensino, pesquisa e exercício atual da profissão. São temas estratégicos na engenharia do Brasil, e de fundamental importância para a formação plena do engenheiro civil pretendido.

A escolha do tema Materiais se deve não apenas a importância do mesmo para a evolução da engenharia, com novos limites estruturais sendo impostos pela criação e desenvolvimento de novas ligas e usos otimizados desses materiais.

O tema Água, Meio Ambiente e Energia são complementares e trazem consigo os problemas mais urgentes para a engenharia, tendo em vista a escassez de recursos naturais, a poluição e geração de resíduos no processos produtivos e também o esgotamento dos recursos e fontes de energia, tendo a busca por novas fontes renováveis e meios de produção limpos e sustentáveis a maior missão seja qual for a área de atuação desse engenheiro.

O tema de Estruturas visa reforçar uma das metas estabelecidas para a formação do engenheiro pretendido neste projeto. Com temas complementares sendo abordados de forma integrada. Isso dificilmente é visto dessa maneira na abordagem tradicional dos cursos de engenharia. Configurando-se uma abordagem mista entre a metodologia tradicional, onde as questões estruturais se separam em função dos materiais e sistemas construtivos, e a abordagem de aprendizado por problemas, onde torna-se necessário destacar na solução a escolha da forma pela função, otimizada em pelos parâmetros estruturais de referência e por métodos de cálculo baseados em modelos numéricos.

Por fim, os temas de Gestão e Construção são interligados e vistos no último semestre, de modo a permitir concluir sobre novas formas de gestão integrada, sistemas e técnicas construtivas que permitam levar em conta os conhecimentos sobre novos materiais e estruturas, atualizados no contexto da sustentabilidade e escassez de recursos naturais e energia.

A interseção de tais conteúdos se dá na forma do projeto ou trabalho dirigido e demais atividades conduzidas pelo docente responsável pela disciplina. Mais do que isso, tal docente terá a função de avaliar o avanço das disciplinas na realização das propostas pedagógicas, uma vez que a execução e cumprimento dos conteúdos propostos nas disciplinas de Projeto Integrado dependem disso.

Competências e Habilidades do Profissional Formado

O Engenheiro Civil egresso da UESC deverá atender ao que prescrevem as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia do Ministério da Educação, no que se refere a competências e habilidades, além de:

·         aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à Engenharia Civil;
·         conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;
·         identificar, formular e resolver problemas de engenharia;
·         projetar e conduzir experimentos e interpretar os resultados;
·         gerir, planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços no âmbito da Engenharia Civil;
·         desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas;
·         avaliar criticamente ordens de grandeza e significância de resultados numéricos;
·         comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica e atuar em equipes multidisciplinares;
·         compreender e aplicar a ética nas relações sociais e profissionais;
·         avaliar o impacto das atividades da Engenharia Civil no contexto social e ambiental;
·         avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia;
·         efetuar vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo e parecer técnico;
·         assumir a postura de permanente busca de atualização profissional.